Práticas de engajamento e a virtualização da experiência de si
uma análise sobre os novos modos de subjetivação na era dos algoritmos
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v13.1074Palavras-chave:
Engajamento, Subjetivação, Práticas de si, Governamentalidade, Michel FoucaultResumo
Este trabalho tem por escopo realizar uma análise dos modos de subjetivação na era dos dispositivos algorítmicos, a partir de uma abordagem contemporânea que se apoia no instrumental teórico elaborado por Michel Foucault, especialmente no que se refere ao estudo das “práticas de si” e da produção de subjetividade, desenvolvido em seus últimos anos de vida. Buscaremos colocar em questão os dispositivos algorítmicos a partir da perspectiva da ambiência, ou seja, como uma racionalidade que produz modalidades de ser e organiza maneiras de fazer, atribuindo ao sujeito o papel de operador dos atos sobre si. Com efeito, não estaríamos diante de processos de rarefação da subjetividade, ou mesmo de sua neutralização, conforme a hipótese de uma “governamentalidade algorítmica”, desenvolvida por Antoinette Rouvroy e Thomas Berns, senão frente a novas modalidades de subjetivação que, por meio de uma tecnomediação informacional, intensificam a relação estabelecida pelo sujeito consigo mesmo. Os dispositivos algorítmicos definem uma virtualização da experiência de si, introduzindo todo um conjunto de técnicas de si que reconfiguram as maneiras de falar e conduzir-se, enlaçando a experiência da subjetividade e da identidade às mesmas estruturas que lhes tomam como objeto de saber, análise e intervenção. No domínio virtual das redes sociais, a relação estabelecida pelo sujeito consigo mesmo é mediada pela extração de performances narrativas, por práticas de engajamento que atravessam a imagem e as palavras, vinculando, num mesmo movimento, a sujeição do indivíduo e a objetificação de sua interioridade.
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