Da Modelagem Demiúrgica à Criação Divina: Semelhanças e distinções da influência platônica na obra Santo Agostinho

Autores

  • Daiane Rodrigues Costa Autor
  • Nadir Antonio Pichler Autor

DOI:

https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v9i1.850

Resumo

Este trabalho trata das semelhanças e distinções entre a teoria platônica da fabricação do Universo e a teoria agostiniana da criação divina. Nossa finalidade é demonstrar que, apesar da forte influência do pensamento platônico para o fazer filosófico de Santo Agostinho, no que concerne a suas concepções sobre a origem do mundo ou o sentido do Ser, há distinções irreconciliáveis, pois ambos os pensadores estão dispostos em contextos distintos na tradição filosófica. Enquanto Platão ( 428-347 a.C), filósofo grego, encontra-se distante da ideia da concepção de criação ex-nihilo, enquanto que Santo Agostinho (354-430 d.C) desenvolveu sua obra numa época de ascensão da tradição judaico-cristã. Nesse caso, o texto defende a tese que Santo Agostinho distancia-se de Platão por acreditar que o mundo foi criado sem precisar de um substrato pré-existente, enquanto Platão defende que as matérias para a fabricação do deste já estavam dispostas desde a eternidade. Assim, o estudo conclui que o mundo, conforme afirmava Platão, é eterno, pois foi constituído de matérias eternas, enquanto a ideia de criação do mundo, defendida por Santo Agostinho, supõe que este veio a existir a partir do nada e através de uma matéria diferente do seu criador. Para isso, na primeira parte, reconstruímos em ideias gerais o pensamento neoplatônico de Plotino. É através do neoplatonismo que Agostinho tem contato com as ideias do próprio Platão. Ele é, portanto o ponto de conexão entre Platão e o bispo hiponense. Na sequência, adentramos nas concepções de divindade, tempo e criação/fabricação de Santo Agostinho e Platão, traçando os principais pontos e comparando-os.

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Publicado

2018-08-16

Como Citar

Da Modelagem Demiúrgica à Criação Divina: Semelhanças e distinções da influência platônica na obra Santo Agostinho. (2018). Revista Opinião Filosófica, 9(1), 157-173. https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v9i1.850