A colonização, uma referência historicizante do discurso sobre a descolonização de África: uma provocação filosófica a partir de Frantz Fanon
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v9i1.847Abstract
O presente trabalho procurou desconstruir, a partir das teses de Frantz Fanon, sobretudo aquelas formuladas nos “Condenados da Terra”, a ideia de uma suposta missão civilizadora subjacente na intenção colonizadora consubstanciada na equação “colonização igual a civilização e paganismo igual a selvageria”. Partindo de uma indagação da validade criticável da equação em epígrafe, cruzou os factos às doutrinas que versam sobre o fenómeno da colonização de África, e chegou a depreender, com uma certa objectividade, de que a colonização em África, tal ficou visto por Fanon, foi mais um movimento de despersonalização e de coisificação dos africanos em geral e, dos negros, em particular do que um projecto de humanização e de emancipação dos indígenas de África negra. Ficou, portanto evidente, ao longo deste trabalho, de que a colonização foi uma violência que extraiu a sua originalidade na substantivação do colonizado. Uma violência que, não só, presidiu ao arranjo do mundo colonial, como também, ritmou e alimentou a destruição antropológica e ontológica do negro-africano, incluindo todas as suas formas sociais; arrasou completamente os seus sistemas de referências económicas, os seus modos “essendi et operandi” e decretou a crise sócio-cultural dos povos negros de África.
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